O objetivo do vídeo é tornar «famoso e visível» e levar à justiça, Joseph Kony, o líder do Exército de Resistência do Senhor. Imagem: STUART PRICE |
Campanha «Stop Kony 2012» no Uganda
Um vídeo que pretende chamar a atenção para o ugandês Joseph Kony, procurado por crimes de guerra e contra a humanidade, contava hoje mais de 50 milhões de visualizações, três dias depois de ter sido divulgado.
O objetivo do vídeo, acessível no «site» Youtube, é tornar «famoso e visível» e levar à justiça o líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), acusado de milhares de mortes e raptos, torturas e exploração de dezenas de milhares de crianças nos últimos 20 anos, de acordo com o realizador Jason Russell.
O filme de 30 minutos, da organização não governamental «Invisible Children» (crianças invisíveis) com sede em São Diego (Califórnia), reclama uma intervenção militar norte-americana para deter Kony, procurado pelo Tribunal Penal Internacional.
A Casa Branca já se associou à campanha, assim como várias celebridades, como o patrão da Microsoft Bill Gates, que já partilharam o vídeo nas suas páginas em redes sociais.
"Este vídeo é uma parte da resposta (do público), que quer despertar as consciências sobre as atrocidades do LRA", declarou Jay Carney, porta-voz da Casa Branca.
Russell afirmou esperar que este filme torne a frase «Stop Kony 2012» (Deter Kony em 2012) suficientemente popular para levar o Congresso dos Estados Unidos a decidir enviar mais tropas para a região central de África, onde um contingente de forças especiais norte-americanas se encontra desde o final do ano passado para apoiar as forças dos países da África central que lutam contra este grupo rebelde.
Em outubro passado, o Presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou o envio de 100 militares para ajudar no Uganda e países vizinhos.
A campanha também gerou controvérsia, com críticas à organização por usar fundos angariados para viagens, salários e produção de filmes. A organização defendeu-se ao publicar no «site» um extrato pormenorizado dos fundos recebidos e os fundos gastos.
Jason Russel está envolvido na questão do Uganda desde 2003, quando após uma viagem ao país surgiu o filme “Rough Cut” em 2005 sobre crianças-soldados.
Em 2006, a «Invisible Children» tornou-se oficialmente numa organização sem fins lucrativos, com o objetivo de dar a conhecer e ajudar na situação do Uganda.
Além do vídeo, a ONG apelou para a participação num movimento a 20 de abril para cobrir as ruas, não só dos Estados Unidos, mas de todo o Mundo, de cartazes e autocolantes com a pedir a detenção de Joseph Kony este ano.
Porquê agora?
Atualmente, a região do Uganda mencionada no vídeo está pacificada e o LRA, enfraquecido, deslocou-se para noroeste.
«Porquê agora? Qual o interesse para a campanha de fazer publicidade a um homem já famoso e procurado pelos seus crimes?», questionou no seu blogue o escritor e jornalista ugandês Angelo Izama, citando os principais problemas que afetam o país hoje em dia: a prostituição infantil e a SIDA.
“Desde que o LRA deixou o Uganda em 2006, a Invisible Children denunciou publicamente as atrocidades que cometeu na RDCongo, Sudão do Sul e na República Centro-Africana”, defendeu-se em comunicado a organização. «E os países onde Kony atua são incapazes de o capturar», sublinhou.
Lusa
Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.
Fonte:- SAPO NOTÍCIAS
Stop Kony 2012
Canal deste Vídeo
Original em Inglês
Canal de Invisible Children